Ouve-me tu, desta vez.
Nem cercos precários,
desvios que nunca se encontram
ou compromissos com o absoluto:
não quero mais coincidir
com o tempo,
agora que deixei de coincidir
com a minha língua.

Quero um amor que tenha
a lealdade de um cancro,
que alastre apenas dentro de mim
e me escolha os ossos
com dedos ligeiros mas demorados
de nódoa negra.

Diz-me o sentido
e seguir-te-ei,
de palavras levantadas contra o frio,
até chegar o som da espinha
quebrada como um livro
que se cansou de ser aberto.


Inês Dias 
Teu nome,
pois tens nome. A minha vida inteira foi isso:
um nome. Porque o sei não existo.
Um nome respirado não é um beijo.
Um nome perseguido sobre uns lábios
não é o mundo, mas o seu sonho às cegas.
Assim sob a terra, respirei a terra.
Sobre o teu corpo respirei a luz.
Dentro de ti nasci: morri por isso.


Vicente Aleixandre




"I just know there's something dark in me, and I hide it. I certainly don't talk about it, but it's there - always. This Dark Passenger. And when he's driving, I feel... alive, half sick with the thrill of complete wrongness. I don't fight him, I don't want to. He's all I've got. Nothing else could love me, not even... especially not me. Or is that just a lie the Dark Passenger tells me? Because lately, there are these moments when I feel connected to something else... someone. It's like the mask is slipping and things... people... who never mattered before, are suddenly starting to matter. It scares the hell out of me."