And in the first moment of her waking up
She knows she's losing it, yeah she's losing it
When the first cup of coffee tastes like washing up
She knows she's losing it, oh yeah she's losing
Oh yeah she's losing it

Lisboa

Apesar de tudo, nunca se está só nesta cidade. Há sempre uma olhadela de soslaio que nos prende, um sorriso malicioso, um gesto inesperado, uma derrota de amor. Uma gargalhada louca que se perde de rua em rua, como num labirinto... 
E na memória de quem atravessou Lisboa existe, quase sempre, um jardim misterioso para um encontro, uma esplanada para queimar a espera diante de uma bica. 
Vivo em Lisboa como se vivesse no fim do mundo (...). 


Al berto, O anjo mudo

quero uma vida em forma de espinha

Quero uma vida em forma de espinha
Num prato azul
Quero uma vida em forma de coisa
No fundo dum sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas minhas mãos
Em forma de pão verde ou de cântara
Em forma de sapata mole
Em forma de tanglomanglo
De limpa-chaminés ou de lilás
De terra cheia de calhaus
De cabeleireiro selvagem ou de édredon louco
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a mas ainda não é bastante
Eu nunca estou contente

Boris Vian