Quando estamos num dia não e o rapaz da Lush nos oferece um esfoliante de lábios sabor a bubblegum... Made my day!
(Eu sei que tudo é secreto e tudo é improvável)
Regressas de repente do lugar insuportável das sombras e ficas lá
Às vezes falo de coisas determinadas
afasto-me irremediavelmente do silêncio do horror de tudo
Está tudo a acabar e a começar e no entanto
o peso da memória instala-se em todas as coisas de dentro para fora
Surges de todos os lados e de um só, venham-me dizer que o tempo
está aqui no meio de nós e falar-vos-ei com palavras, palavras,
[palavras
Emociono-me com a ciência de que estás aqui e não
tão própria e imprópria sobre o impuro esquecimento de tudo
Que distância entre tudo, sobretudo tão perto de tudo!
Manuel António Pina, Todas as Palavras
I'm standing on the bridge
I'm waiting in the dark
I thought that you'd be here by now
There's nothing, but the rain
No footsteps on the ground
I'm listening but there's no sound
Isn't anyone trying to find me?
Won't somebody come take me home?
It's a damn cold night
Trying to figure out this life
Won't you take me by the hand?
Take me somewhere new
I don't know who you are
But I... I'm with you
I'm with you
I'm looking for a place
I'm searching for a face
Is anybody here I know?
Cause nothing's going right
And everything is a mess
And no one likes to be alone
Isn't anyone trying to find me?
Won't somebody come take me home?
...
Oh, why is everything so confusing?
Maybe I'm just out of my mind
Eu tenho raiva à ternura. Eu tenho raiva de ter raiva à ternura. Eu tenho a doença da ternura por ter raiva. Eu tenho tudo excepto a ternura. Eu não tenho ternura e sofro de inveja de quem tem ternura. Eu já só tenho raiva.
Manuel Cintra
It ain't right with love to share
When you find he doesn't care, for you
It ain't wise to need someone
As much as I depended on, you
It's a heartache
Nothing but a heartache
Love him till your arms break
Then he lets you down
Vou perdendo películas do meu corpo em cada dia que passa, um cabelo, um reflexo, um dente que talvez nem me faca falta amanha. Mas os dentes nunca partem sozinhos, levam consigo um certo modo de olhar para as coisas e então já não sou quem fui quando antigamente saltava para as ondas e me divertia como se fosse um anfíbio louco nas praias desertas. Deserto sou agora – deserto e talvez um pouco mais sábio, um homem que sabe que o seu corpo foi comido pela alma. Vou perdendo nos dentes e nos cabelos
o cerne da madeira bêbeda que parecia nave de catedral – o que vou ganhando não sei ainda sabendo agora que bebo e amo e devoro os minutos voláteis que preparam a hora da minha morte.
Teu nome, pois tens nome. A minha vida inteira foi isso: um nome. Porque o sei não existo. Um nome respirado não é um beijo. Um nome perseguido sobre uns lábios não é o mundo, mas o seu sonho às cegas. Assim sob a terra, respirei a terra. Sobre o teu corpo respirei a luz. Dentro de ti nasci: morri por isso.
Vicente Aleixandre
J'ai cru entendre "je t'aime"
J'ai pensé "c'est son problème"
J'ai cru entendre "je t'aime"
J'ai pensé "c'est son problème"
Peu importe que tu y crois
Peu importe que je sois
A bout de moi, à court de tout
Mais pas de ça entre nous
Être un corps je suis d'accord
T'offrir mes bras pourquoi pas
Mon lit OK encore
Pour rire ou salir les draps
Mais je crains que pour tout ça
Tu doives entendre "je t'aime"
Tu doives entendre "je t'aime"
Je suis vieux, veuf et sectaire
Un pauvre imbécile secrétaire
Je suis beau, jeune et breton
Je sens la pluie, l'océan et les crêpes au citron
Tais-toi un peu petit trésor
Tu as tout faux une fois encore
Suis très précieux, épargne-moi
D'accord mais entre nous pas de ça
Être un corps je suis d'accord
Je cherche seulement des bras
Mon lit OK encore
Des délices sous les draps
Mais je crains que pour tout ça
Tu doives entendre...
O vento corre de pés frios e atira chuva fina como lâminas corta e fere-nos o rosto Somos dois pontos num campo que aparentemente cegos e sem fundamento se movem um em direcção ao outro
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser...E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, a vida... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço. Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço...
Fernando Pessoa
Gosto das cebolas e das pessoas
Mas as pessoas são como as cebolas fazem chorar
Adília Lopes
Ainda não consegui decidir se gosto do novo penteado da Spencer...
Já instalei o Instagram e o Whatsapp no meu telemóvel. Já me posso considerar uma pessoa da nova geração???
Quem tem os melhores tios que se lembram da sobrinha e lhe oferecem um kg de gomas, quem é????
Tomar o pequeno-almoço enquanto vejo o Rudolph a cozinhar iguarias no 24 Kitchen.
Ler.
Ler mais.
Almoçar.
Ler.
Piscina.
Piscina.
Ler.
Lanchar (gelado).
Ler.
Piscina.
Jantar.
Ler.
Dormir.
Bom bom é chegar a casa depois do trabalho, jantar, e seguir para a livraria do Campo Pequeno para escolher mais um livro para a minha mesa de cabeceira.
Até Jazzz
Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas esquivanças; que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê. Luís de Camões
Love hurts, love scars, love wounds and mars Any heart not tough or strong enough To take a lot of pain, take a lot of pain Love is like a cloud holds a lot of rain Love hurts, mmm, mmm, love hurts
I will say a prayer, just while you are sitting there I will wrap my hands around you I know it will be fine We've got a fantasy affair We didn't get wet, we didn't dare Our aspirations, are wrapped up in books Our inclinations are hidden in looks
De noite atravessando o lago a nado o momento
Que te põe em causa Já não há outro
Finalmente a verdade Que tu mais não és que uma citação
De um livro que não escreveste
Podes escrever uma vida para negar isto na tua
Fita de máquina descorada O texto lê-se à transparência
Heiner Müller
“Arrepender-me, senhor Ogrin? E de que crime? Vós, que nos julgais com tanta segurança, sabeis ao menos que filtro mágico, que vinho ervoso bebemos ambos no mar? Sim, o licor encantado embriaga-nos e eu prefiro errar toda a vida nestes lugares selvagens com Isolda e viver de ervas e raízes a possuir, sem ela, todos os tesouros do rei Otran.” “Senhor Tristão, Deus vos ajude, pois perdestes este mundo e o outro.
Tristão e Isolda
Ele é muito meu amigo, está sempre aqui a ouvir os meus disparates (que são cada vez maiores), mesmo quando dorme. Saiu do Sítio do Picapau Amarelo para vir viver comigo. É por isso que vai ganhar um gelado da Conchanata. <3 nbsp="" p="">3>
Round 'n round
Carousel
Has got you under it's spell
Moving so fast...but
Going nowhere
Up 'n down
Ferris wheel
Tell me how does it feel
To be so high...
Looking down here
Is it lonely?
Lonely
Lonely
Did the clown
Make you smile
He was only your fool for a while
Now he's gone back home
And left you wandering there
Is it lonely?
Lonely
Lonely
Todos eram mortais e tu morreste e vives sempre mais
Na primeira noite do resto da minha vida olhei para mim, a partir de algum ponto situado muito acima, e achei-me triste e sem destino, como uma lagosta no aquário de um restaurante. Uma água turva e fria flutuava sobre a cidade, prendia-se aos cabelos e aos gestos, embaraçava o mais simples raciocínio. A multidão, animada por um DJ angolano, um homem enorme e alegre, chamado Papa Bolingô, dançava aos encontrões sob um enorme toldo de plástico. Os ritmos tropicais pareciam deslocados, como um filme de terror com a banda sonora de uma comédia romântica.
- Não há nada mais deprimente do que a alegria dos tristes - comentei alto.
- Oh! O amor! - proferiu ela, em voz trémula e olhar radioso. - É serem dois e não ser senão um. Um homem e uma mulher que se fundem num anjo. É o céu.