O vinho fala. Toda a gente sabe isso. Olhemos à nossa volta. Perguntemos ao oráculo na esquina da rua; ao conviva não convidado num banquete de casamento; ao tolo ingénuo. O vinho fala. Ventriloquiza. Tem um milhão de vozes. Solta a língua, arranca-nos segredos que nunca tencionávamos contar, segredos que nem sequer conhecíamos. O vinho berra, disparata, sussurra. Fala de coisas grandiosas, planos esplêndidos, amores trágicos e terríveis traições. Ri às gargalhadas. Ri suavemente entre dentes. Chora perante o seu próprio reflexo. Abre o caminho a Verões de há muito tempo e a memórias que melhor seria esquecer. Cada garrafa um sopro de outros tempos, outros lugares; e cada uma, desde a mais comum Liebfraumilch até à imperiosa Veuve Clicquot de 1945, um humilde milagre. Magia do dia-a-dia, chamou-lhe Joe. A transformação de matéria simples no ingrediente dos sonhos. A alquimia do leigo.
Joanne Harris, Vinho Mágico
Joanne Harris, Vinho Mágico
Tens é a mania que és intelectual pa!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirPois tenho. Toda a gente sabe que Joanne Harris sé é lida pelos intelectuais.
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