Sinto que até mesmo para mim a onda se eleva. Incha; dobra-se. Tomo consciência de um novo desejo, de qualquer coisa que se ergue em mim como um cavalo orgulhoso, cujo montador esporeou antes de obrigar a parar. Que inimigo vemos avançar em direcção a nós, tu, a quem agora monto enquanto desço este caminho? É a morte. É ela o inimigo. É contra a morte que ergo a minha lança e avanço com o cabelo atirado para trás, tal como se pertencesse a um jovem, ao Percival a galopar na Índia. Esporeio o cavalo. É contra ti que me lanço, resoluto e invencível, Morte!
As ondas quebram-se na praia.
Virginia Woolf, As ondas
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