Quase gosto da vida que tenho. Quando a quis toda não gostava de mim. Agora há dias em que aceito que o tempo passe por mim e me leve para onde só ele sabe. Não entendo como nunca houve uma religião que adorasse o tempo. Será possível imaginar algo de mais elementar e poderoso? Que com ele não se possa falar não me parece um defeito. Há coisas que, de qualquer modo, não se pode falar.
Pedro Paixão, A Noiva Judia
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